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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Empréstimo de Jogadores

Clubes com maior volume de jogadores têm como política de gestão fazer rodá-los noutros clubes, sucedendo que na maioria dos casos acabam sendo cedidos a clubes adversários que disputam a mesma competição.
Como se sentirá o atleta que defronta o seu detentor do passe, que na maioria das vezes lhe paga grande parte (por vezes a totalidade) do salário, sabendo ele de antemão que na seguinte época poderá lá estar a jogar ?!
Cabe aos treinadores saberem até que ponto deverão utilizar o atleta que esteja nessas condições, evitando-se jogar em inferioridade numérica em termos de motivação e prestação colectiva !
Em termos de gestão directiva é uma política inteligente do clube que empresta, enfraquecendo os adversários quando jogam contra si, no entanto, má política do clube receptor. Mas porquê ? Está-se a valorizar no mercado um atleta do qual não tirará proveito numa futura transferência quando poderia apostar-se noutro proveniente duma boa prospecção ("scouting") estando-se a valorizá-lo jogo a jogo em condições de rendimento desportivo capaz de proporcionar os mesmos resultados desportivos trazendo mais valias financeiras!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Benfica - Sucessão e Gestão no Futebol

Um clube divide-se nos seguintes sectores: direcção, equipa técnica e atletas.
Um clube com boa organização directiva confere maior estabilidade a uma equipa técnica e aos atletas, traduzida pelas interacções dirigente-treinador, treinador-atleta e dirigente-atleta. A equipa deve ser uma verdadeira religião, onde o templo é o balneário, pleno de união e blindado de onde a informação fica ali não saltando cá para fora numa política de gestão de dentro para fora e nunca de fora para dentro! Esse triângulo hierárquico deve ter como vértice principal o papel dos dirigentes, indivíduos que compreendam o fenómeno futebolístico.
O papel do bom dirigente reflecte-se em três factores essenciais:a escolha do treinador, a interferência na política de contratações e a questão do pressing negocial.
Na escolha do treinador deve ter-se em conta o seu perfil psicológico e o seu modelo de jogo preferencial que deve ir de encontro ao modelo de jogo alicerçado ao longo dos anos no clube, evitando-se mudanças bruscas.
Na interferência na política de contratações do treinador, não se permitindo saídas e entradas bruscas de atletas que ponham em risco a identidade ou mística da equipa assim como o fio de jogo existente.
No pressing negocial, ao não ser vulnerável às políticas de mercado, estabelecendo um valor para a transacção do passe do atleta nunca cedendo nas pretensões do clube comprador, pois o timing,o silêncio e até a persistência acabam por fazer valer a postura de vendedor e além disso padroniza logo o dirigente, isto é, se ele ceder muitas vezes em baixar o valor de um passe fica logo rotulado em futuras negociações ao passo que se mantiver a sua convicção o clube comprador saberá sempre que ou paga o que o dirigente quer ou não leva o atleta!
Na política de contratação do atleta observado são não só as óbvias qualidades técnico-tácticas como também o lado psicológico, na sua capacidade de resistir à pressão, na superação, determinação, ambição, disciplina, humildade, espírito de sacrifício, profissionalismo, mas também, se esse atleta se encaixa ou não na equipa, pois lembre-mo-nos que do conceito de par acção-reacção onde por vezes um jogador joga aquilo que o adversário deixa jogar e um bom atleta num determinado campeonato poderá não o ser noutro campeonato!
O mais importante na política de gestão desportiva num clube passa pela questão da transição e\ou sucessão, ou seja, manter sempre a identidade no balneário, referenciando-se atletas sempre que se preveja a saída de outro ou ter já no plantel o substituto já então rotinado para determinada.
Repare-se que com a Lei Bosman, o fluxo de atletas é evidente o que exige uma maior organização nos conceitos de gestão desportiva quer a nível interno quer externo (na prospecção de atletas formados quer na captação de talentos).
Como exemplos, deixo-vos:
A política de gestão de Fernando Martins (ex. presidente do Benfica) que foi mais tarde adoptada pelo presidente do FC Porto, Pinto da Costa e as diferenças entre o Benfica antes e depois da época 1994\1995, onde são evidentes as diferenças na questão da sucessão como factor determinante do sucesso!

domingo, 19 de abril de 2009

Clubes Portugueses nas Competições Europeias

Altura de reflectir acerca do que se vai passando com o futebol português nas competições europeias.
Luta-se arduamente pela presença na prestigiada Champions League e depois luta-se pela passagem à fase seguinte, ficando-se pelos oitavos-de-final.
- Não será preferível lutar numa competição onde se tenha asas para poder voar ?
- Serão os €uros duma competição mais importantes que a conquista de troféus ?
- Ficará melhor no historial dos clubes, atletas e treinadores os Quartos-de-Final duma Champions League ou uma conquista da Taça UEFA ?
Com tudo isto pretendo dizer que antes de querer conquistar o Céu deve-se primeiro conquistar a Terra! Reparemos que países como, por exemplo, Rússia, Roménia, Ucrânia já nos ultrapassaram no Ranking de clubes UEFA, tendo como efeito quase imediato, a redução do número de clubes nacionais a poderem participar nas competições europeias, e um facto é que foi precisamente na Taça UEFA onde extraíram os pontos, enquanto isso, andámos na ganância dos €uros, pelo simples orgulho de passar de grupo. Há uns anos o CSKA Moscovo venceu o Sporting, no ano passado venceu Zenit, este ano um clube ucraniano estará na final da taça uefa!
Reforço a ideia de que, até um plantel se encontrar solidificado, é melhor ficar no 3º lugar na fase de grupos da Champions League, que dá acesso à continuação em prova na taça UEFA, contribuindo com mais hipóteses de sucesso, expressas em pontos para o ranking e até mesmo a grande chance de ganhar essa competição e valorizar os atletas quer a nível de currículo, quer de valor do passe!
O melhor exemplo foi o FC Porto de José Mourinho que ganhou primeiro a taça UEFA, conquistando a Terra e só depois a Champions League, conquistando assim as estrelas!

Pensar a questão das arbitragens

O Futebol português actualmente sustenta o norte e centro de Portugal Continental e Região Autónoma da Madeira. Está dividido em Associações de Futebol, onde se encontram filiados clubes e associações de arbitragem. Define-se portanto, um triângulo organizacional, dirigido pelo Homem.
Entramos no lado humano da questão, visando como principais intervenientes, o dirigente e do juiz árbitro.
Em Portugal existem três clubes grandes; Cada individuo que anda no Futebol é porque gosta de Futebol. Ao gostar, tem necessariamente um clube, logo está sujeito ao Sentimentalismo.
Fazendo uma análise estatística: - Um árbitro será 33,333 % de um dos clubes grandes. Quando entra em campo um desses clubes, será 33,333 % desse clube ou não será 66,666% desse clube. Repare-se que, em campeonatos como por exemplo, de Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, onde existem muitas regiões, muitos clubes grandes, logo essas probabilidades são muito menores. Num exemplo como o nosso, recentemente o campeonato ucraniano optou por recrutar árbitros estrangeiros de forma a minimizar tais efeitos, pois o factor que poderá interferir no processo involuntário do juiz árbitro é tão somente a sua capacidade em contornar o sentimentalismo em detrimento da razão!
Não pretendo com isto por em causa a credibilidade dos árbitros mas sim, a interferência subconsciente do lado emotivo do ser humano que na minha opinião exige a intervenção do internacional board, já que o árbitro faz parte do jogo e as suas decisões têm muito peso na decisão de jogos de fixada importância.
A solução passa pela criação de meios tecnológicos que retirem em parte o controle do juiz árbitro sob o jogo (auxiliados pelos tais meios), reduzindo-se o erro e consequentemente, aumentando a verdade desportiva!

Lei Bosman - Impacto e soluções

Somos um País pequeno em superfície e população mas grande em qualidade futebolística, para tal basta-nos reparar na história dos nossos clubes e nos feitos individuais dos nossos atletas.Separando o futebol nos antes e pós Lei Bosman encontramos diferenças na liberdade e capitalização.
No pré Bosman existia um limite de 3 elementos não nacionais por clube, logo o país com maior qualidade nacional determinava uma maior capacidade colectiva. Não admira portanto que fosse uma constante ver clubes nacionais a atingirem finais europeias constantemente!Depois da implementação da dita Lei clubes associados a economias mais abrangentes passaram a absorvem os jogadores por norma de maior qualidade, tornando-se cada vez mais difícil competir ao mesmo nível, tornando-se clubes sem identidade nacional. Em Portugal vai-nos valendo o estatuto de igualdade de direitos e deveres que permite naturalizar muitos atletas que estejam pelo menos 2 anos em Portugal, critério que auxiliou em muito o FC Porto na conquista da Champions League sob o comando de José Mourinho. Apesar de algumas aceitáveis naturalizações na selecção nacional, o sucesso recente ilustra a minha ideia, quero eu dizer: temos bom produto nacional, logo temos bons resultados.
Opino que se deva ser criada uma Lei regulamentar da Lei Bosman, na qual seja limitado o número de jogadores ao abrigo da mesma, defendendo a identidade nacional, competindo-se naquilo que vá de encontro ao que nos acostumámos a chamar de campeonato nacional, decididamente algo Nacional!